“IT is the new HR”
- ABRH-RJ

- 20 de out.
- 2 min de leitura
*MARCELO NÓBREGA
O título deste artigo parafraseia o CEO da Nvidia, Jensen Huang, no seu discurso de abertura da CES 2025. Com a autoridade conquistada por dirigir a primeira empresa a superar o incrível valor de mercado de 4 trilhões de dólares, Huang afirmou, diante de um auditório lotado de profissionais que ditam o ritmo da adoção de novas tecnologias:
“The IT department of every company is going to be the HR department of AI agents in the future”
Frase de efeito? Ou uma visão precisa de um futuro em que profissionais de TI assumirão a gestão de uma força de trabalho – não humana, mas digital? Um futuro em que farão o onboarding, o treinamento, o acompanhamento do desempenho e o desligamento de agentes de inteligência artificial.
As mudanças realmente estão acontecendo em velocidade surpreendente. Ainda mal absorvemos o impacto da inteligência artificial generativa, e já somos desafiados a lidar com a inteligência artificial agêntica: autônoma, proativa, capaz de tomar decisões e executar tarefas complexas de forma independente.
O novo papel do RH: cuidar de humanos e algoritmos
A filial da empresa chinesa de games Net Dragon opera em Hong Kong sob o comando da CEO Tang Yu, um bot desenvolvido para emular o estilo de gestão de Jeff Bezos e Elon Musk.
E a novidade não está tão distante.
HR Techs brasileiras já colocam à nossa disposição agentes que asseguram o processamento da Folha sem erros, que nos aconselham sobre trilhas de desenvolvimento e carreira, marketplaces internos de talentos, plataformas de recrutamento que conduzem o processo seletivo quase autonomamente e agentes que fazem o papel de BP´s aconselhando líderes.
Cabe ao RH garantir que essas novidades estejam alinhadas à cultura e aos objetivos da organização. Mais do que isso: é papel do RH humanizar o uso da IA no trabalho. Isso significa assumir a liderança na definição de como os agentes de IA serão integrados aos times humanos, com ética, segurança e responsabilidade.
A IA traz à tona perguntas que só o RH pode responder:
· Como garantir que os agentes de IA não reforcem preconceitos?
· Como liderar times híbridos, compostos por pessoas e IAs?
· Como criar experiências de trabalho significativas em um ambiente cada vez mais automatizado?
O que o RH precisa fazer agora
O RH que quiser continuar relevante precisa agir desde já em:
· Adquirir fluência tecnológica: Não é preciso saber programar, mas é fundamental entender o funcionamento, os limites e os riscos da IA.
· Redesenhar competências: Mapear competências humanas que são complementares à IA.
· Governança: O uso da IA em recrutamento, performance, desenvolvimento e desligamentos deve seguir princípios éticos claros de justiça, transparência e responsabilidade.
Quem vai liderar essa transformação?
RH e TI devem ser parceiros estratégicos na criação de novas formas de trabalho.
Se o departamento de TI está se preparando para gerir máquinas com autonomia e inteligência, o RH precisa se preparar para algo ainda mais complexo: manter o humano no centro das decisões.



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