ABRH-RJ realizou o 26º Encontro do Café Literário em 10.03.22, com muitas reflexões sobre a área de R&S e RH como um todo
Myrna Silveira Brandão
O evento, em torno do livro “Alguém Furou a Fila” (Editora Qualitymark), coletânea de 15 autores organizada por Nadia Darwiche, trouxe muitas reflexões de alguns fatos que ocorrem em processos seletivos e as perspectivas de futuro. As palestrantes – Lucia Madeira, Cláudia Fernandes e a própria Nadia – deram um show de conhecimento, experiência e familiaridade com o tema.
Lucia Madeira – como Presidente da Diretoria Executiva da ABRH-RJ – fez a abertura, agradecendo a presença de todos e dos autores e, após uma breve apresentação da Associação e dos próximos eventos, passou a palavra para Myrna Brandão, diretora da ABRH-RJ.
Após agradecimentos aos envolvidos, Myrna explicou a concepção do Café Literário, a origem, evolução, o início na ABRH em 2004 e alguns encontros já realizados. Falou sobre o encontro desta edição, que traria uma experiência inovadora para as organizações e para todos como pessoas e profissionais. E detalhou alguns pontos do livro, ressaltando ser uma obra fundamental, inclusive porque descreve fatos verídicos e as dificuldades dos recrutadores e de quem está no processo seletivo.
A seguir, Mahomed fez uma exposição sobre a editoria do Livro e as perspectivas promissoras que vê para a área literária e editorial.
As autoras então iniciaram sua apresentação. De forma simples e, ao mesmo tempo geradora de sabedoria e reflexões, fizeram uma exposição detalhada do tema, que neste texto, é colocada de forma resumida com destaque para os principais pontos.
Lucia, falando agora como autora, iniciou sua exposição destacando que o processo seletivo tem um viés delicado e são muitas as variáveis envolvidas. Lembrou que os fatores são muitas vezes subjetivos e que é muito importante não submeter os candidatos a situações humilhantes. Ressaltou que o bom selecionador pode, através de técnicas humanas, fazer a melhor escolha e que é fundamental que o processo seja também um momento de acolhida para os candidatos. E concluiu salientando a importância do retorno.
A seguir, Cláudia fez um relato detalhado do que ocorreu com ela na entrevista em um processo seletivo, tema do texto dela no livro. Discorreu sobre a questão dos preconceitos e de abordagens inadequadas numa entrevista e afirmou que o final tem que ser sempre realizado de maneira civilizada.
Nádia deu continuidade com algumas perguntas para as autoras e para o Mahomed.
O que é necessário para uma mudança efetiva? É possível acabar com o “furar a fila”?
Lucia disse que haverá a mudança, nem que seja pela dor. “As pessoas estão cansadas desse estado. Mas tem que haver uma grande reflexão. Acho que está faltando também o exemplo”, destacou. Quanto à segunda pergunta, ela acha que não existe furada de fila. “As pessoas não querem errar, não querem colocar alguém que não atenda ao pretendido, não existe o by passar”, afirmou.
"É possível desvincular o papel do profissional de RH do papel de agente de mudanças?”, continuou Nadia.
Claudia respondeu que vê RH mais como "provocador" do que como agente de mudanças.
Mahomed, por sua vez, disse que há bastante espaço para a convivência do mercado tradicional com as novas tecnologias e, com muita convicção, deu a boa notícia que o livro não vai acabar.
Passando para as colocações que os participantes escreveram no chat, Nadia destacou um trecho de André Maia.
“A digitalização veio com tudo, os processos seletivos via ATS "facilitaram" a vida dos recrutadores e parece ter banalizado a condição humana. O que me surpreende (ou não) é que tem um ser humano por trás da decisão de ignorar os candidatos, com filtros burros ou enviesados construídos nesses sistemas. O exemplo do rapaz que ficou três anos fora do mercado, jamais passaria nesses filtros”.
Nadia destacou também a colocação no chat de Rosângela Banharo, que sugeriu uma segunda edição do livro, A sugestão, bem recebida por Nadia e igualmente pelo editor, é uma ótima notícia para a área de Recrutamento e Seleção, para a área de Recursos Humanos e para os gestores e profissionais como um todo. Aguardemos então ansiosamente o “Alguém Furou a Fila 2”.
Em resumo, o evento foi mais um encontro marcante no rol dos que vem sendo realizados pela ABRH-RJ na busca de ações que busquem minimizar e/ou superar este momento difícil da melhor forma possível, apoiando as organizações para se preparar para um novo tempo que certamente virá e, acima de tudo, privilegiando as pessoas e a vida em qualquer circunstância e os valores sociais do trabalho.
* Artigo escrito por Myrna Brandão, Membro da Diretoria Executiva da ABRH-RJ.
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